segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Entrevista: Natália Piassi


"Quando dançamos nos transformamos em um canal, nos conectando a cada pessoa que está na plateia, portanto tentar transmitir amor e alegria é o que procuro."


DVNF: Conte-nos um pouco sobre sua trajetória na dança do ventre?
NP: Bem, sempre fui muito ligada à dança, desde que era pequenininha! Meus pais sempre me incentivaram, até mesmo nas minhas loucuras!
Um dia eu estava em uma festa de réveillon na casa de uns amigos nossos que tinha uma temática árabe... No meio da festa, de surpresa, entraram duas bailarinas com candelabro! Lindas, maravilhosas! Fiquei anestesiada, e não conseguia entender de onde vinha tanta feminilidade, acabei me emocionando! Desde então, sai procurando lugares que pudesse fazer aulas na cidade onde morava... Porém, além de ser muito difícil encontrar, meus horários não batiam.
Até que ouvi dizer sobre uma moça que estava dando aulas no salão de festas de um prédio e, no dia do meu aniversário de 16 anos, fiz a minha primeira aula de dança do ventre! Lembro até o cheiro do lugar, o rostinho de cada menina, e a ansiedade que eu estava sentindo... Queria aprender tudo de uma vez! Era tudo tão lindo!
Minha primeira apresentação foi com 3 meses de dança, e foi uma super surpresa de aniversário pra minha mãe querida! Apesar de não conhecer quase nada, e não ter quase nenhuma técnica ainda, foi uma das danças mais emocionantes da minha vida!
Então, fui fazer intercambio no Canadá, e procurei pela dança lá também... Aprendi bastante coisa por lá. Estilos diferentes, fusões... E lá eu conheci um pouquinho do Tribal Fusion, que também é uma vertente lindíssima da dança do ventre!
Quando voltei, minha professora teve que ir embora para São Paulo para se especializar... Fiquei sem ter aonde ir... Fiz aulas em outros lugares, mas não era a mesma coisa. E parecia que eu precisava de mais, cada vez mais! Foi ai que, vendo vídeos na internet, conheci a minha segunda mãe... Juliana Marconato! Estava na época dos vestibulares, e então decidi que ia largar tudo e fazer faculdade em Araraquara pra poder respirar a dança com uma das melhores professoras e bailarinas do mundo! E foi aí que tudo foi mudando... Meu jeito de ser, de tratar as pessoas, minha emoção na dança, meu carinho e respeito pela vida, tudo! A Ju estendeu a mão para mim, viu um potencial lááá no fundo, e decidiu que ia me ajudar. Só tenho a agradecer a esse anjo que apareceu na minha vida!
Lá foi onde tudo tomou forma... As apresentações estouraram, comecei a dar aulas e seguir uma filosofia maravilhosa que a Ju passa para todas as meninas da escola!
Já houve várias conquistas, várias emoções, vários sorrisos... Tenho certeza de que ainda tenho muito a aprender, a dança é uma busca constante, nunca podemos parar! É linda demais e possui tantos mistérios que ainda podemos desvendar!
Por isso sempre digo: nunca desistam dos seus sonhos! Nós podemos ser quem nós quisermos ser! Basta lutar, e ir atrás deles, por mais altos que eles pareçam ser!


DVNF: Quais foram as professoras que mais marcaram o seu aprendizado e por quê?
NP: Posso dizer que 2 professoras marcaram a minha vida na dança, as quais iluminaram o meu caminho, sem sombra de dúvidas!
Marilia Magalhães, minha primeira e linda professora... Que me ajudou bastante no começo do meu aprendizado! Uma pessoa maravilhosa, dedicada, e muito especial! Apesar de todas as dificuldades na época, tanto ela para dar as aulas quanto eu para fazer, ela soube me mostrar o caminho com muito carinho!
E, é claro, Juliana Marconato! Minha diva, inspiração, minha mãe de dança, minha estrela guia! Quem acreditou no meu potencial, e me ajuda sempre a superar meus limites! Quem me mostrou a verdadeira essência da dança do ventre, e beleza de ser mulher! Quem me fez apaixonar ainda mais por essa arte maravilhosa, e melhorar como bailarina e como pessoa!
Porém tiveram mais 2 pessoas que marcaram meu aprendizado, mesmo não sendo professores... Meus lindos pais! Que nunca me deixaram desistir e seguraram a minha mão nos momentos de mais aflição! Se não fosse por eles, com certeza não estaria aqui hoje!
A todas essas pessoas sou eternamente grata! Moram no meu coração!


DVNF: Quais as suas inspirações na dança?
NP: Em primeiro lugar... Juliana Marconato! Não só na dança, mas em filosofia de vida!
Mahaila El Helwa, Kahina, Elis Pinheiro, Shirley Salihah que tem uma didática impecável, uma dança linda, e é um amor de pessoa! Não podemos esquecer Lulu Brasil, se não fosse por ela, não estaríamos aqui hoje! Aziza Mor Said, Nagla Yacoub que é um exemplo de vida e de dedicação, Randa Kamel, Aida... etc...
Tantas bailarinas me inspiram, cada uma com um toque especial... Não tem como citar todas elas! Cada bailarina que eu assisto, tem algo novo para passar! Todas são inspirações!


DVNF: Como você busca se aprimorar? Como é enquanto estudante?
NP: Assistir vídeos é um dos instrumentos que uso para estudar.
Cada bailarina, cada dança, cada movimento tem uma história e um sentimento diferente... Nenhuma é igual à outra! Acho importante diferenciar esses estilos. Cada bailarina usa as sequências que mais gosta, e estão sempre inventando coisas novas.
Dançar em casa também é muito bom... Quando estiver sozinha, só você com sua alma! É bom pra desenvolver seu próprio estilo, colocar suas próprias emoções em cada movimento!
Escutar bastante música, e prestar atenção no que ela tem a dizer. Escutar cada instrumento, prestar atenção em cada nota e cada melodia. Faz com que nos conectemos com ela, até que a música e nossos sentimentos se tornem um só!
Fazer aulas com professoras diferentes... É claro que as alunas pegam os trejeitos de suas professoras principais, é inevitável! Com o tempo, com conhecimentos novos, vamos encontrando, aos poucos, nosso próprio estilo. Fazer workshops pode colaborar!
Assistir seus próprios vídeos também é ótimo para apontarmos o que precisamos melhorar sempre! Para vermos quantas coisas lindas somos capazes de fazer, e quantas ainda devemos aprimorar.


DVNF: Quais benefícios você pôde perceber da dança em sua vida?
NP: Nossa, são tantos!
Primeiro os físicos... Minha postura mudou completamente, passei a prestar mais atenção no meu corpo e não fazer mais tão mal a ele. Parece que o corpo muda, ficamos mais mulheres, mais elegantes, mais bonitas! Sem contar aquela sensação de bem-estar quando se termina uma dança, do corpo latejando de alegria!
E o mais importante... Interiormente! Eu era uma pessoa muito fechada, tímida, não conversava com as pessoas, e achava que todo mundo era malvado. Com a dança pude me soltar mais, me sentir mais livre, mais eu! Percebi que as pessoas não são más, nós julgamos errado. Tudo o que acontece do lado de fora, é um reflexo do que acontece dentro de nós. Só precisamos mudar nossas atitudes e nossos pensamentos para que as coisas venham até nós, e o mundo fique mais bonito!
A dança me fez mais feminina, mais mulher. Melhorou minha auto-estima, meus relacionamentos com as pessoas, principalmente com os meus pais!
Passei a enxergar mais o lado positivo das coisas e das situações, não ter medo de demonstrar meus sentimentos, e não ter medo de lutar pelos meus sonhos! Ser uma pessoa mais calma, e paciente. Uma pessoa mais flexível, entendendo que temos que nos adaptar as circunstancias, e não as circunstancias a nós!
Posso dizer que existe uma Natália antes da dança, e uma Natália depois da dança! Uma Natália muito, muito, muito melhor! Mais segura de si, mais amável, mais mulher, mais corajosa, mais pura!


DVNF: O que você mais aprecia nesta arte?
NP: Aprecio a forma com que a alma se conecta com o corpo, e tudo vira uma coisa só! Como ativa a sensibilidade da mulher, e melhora as pessoas por completo, no físico e na forma de espirito! Aprecio a linguagem dessa dança, a maneira que a bailarina se torna o instrumento, e se deixa levar pela música. Como a feminilidade pode ser resgatada através dela. A união que ela pode proporcionar entre as mulheres, e a força que pode gerar! Aprecio a dança do ventre como um todo, acredito que seja um conjunto de tudo o que há de mais belo no mundo que se mistura e entra no corpo da bailarina para que ela possa ser um canal e passar todas essas coisas belas para as outras pessoas.

DVNF: Há algo que você considere prejudicial ao cenário da dança atual?
NP: A dança do ventre é muito feminina, e quando mal direcionada pode mexer com o ego da mulher, gerando a competitividade. Quando a auto-estima está afetada, a insegurança toma conta da bailarina, fazendo com que ela se sinta ameaçada pelas outras e trazendo sentimentos de inveja que acabam sendo auto-destrutivos. A arte tem que ser uma troca de conhecimentos e essa competitividade atrapalha o desenvolvimento da dança.
Outro fator que considero prejudicial é a falta de valorização do profissional da arte no geral. Por pouca divulgação da cultura, e a visão que, por mais que tenha diminuído, ainda existe, de vulgarização da dança. Por isso a profissional deve sempre saber se colocar e ter uma certa postura, a dança do ventre não faz parte de nossa cultura, por isso devemos ter respeito ao passar adiante seus conhecimentos.


DVNF: E algo prejudicial ao desenvolvimento individual durante o aprendizado da dança? O que seria?
NP: Acredito que o medo é uma barreira para o avanço em qualquer situação. Parece que temos medo de brilhar, de nos abrir! Às vezes olho para as meninas que vem fazer o primeiro dia de aula, todas elas tímidas, fechadas, com medo daquela experiência nova... A postura delas fica diferente, os movimentos ficam pequenos, porque todas aquelas couraças internas se ativam. Criam idéias e lixo mental do tipo: “eu não levo jeito”, “sou dura!”, “mas vai estar todo mundo olhando pra mim”.  O medo do soltar-se limita a dança, e cria uma barreira para a conexão com a música, é preciso se libertar!
A ansiedade também é uma coisa que pode prejudicar bastante. Quando começamos a dançar, achamos que vamos dormir e depois acordar sendo uma bailarina profissional de grande calibre, e isso não acontece, podendo gerar certas frustrações. Nesse caso, precisamos parar e entender que uma flor leva um tempo pra desabrochar... Umas levam menos, outras levam mais. É fundamental entender que tudo faz parte de um processo de amadurecimento!
E aí pode também vir o ego excessivo... Humildade é essencial em todas as etapas da dança, seja iniciante, profissional, avançado, não importa. A dança é uma busca constante, e seria errado pensar que sabemos tudo. Elogios e criticas vão existir, só precisamos nos policiar para não deixar que o nosso ego suba a cabeça. Cada um é cada um, e ninguém é melhor do que ninguém!


DVNF: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
NP: Não que eu me lembre! De qualquer forma, prefiro pensar que tudo o que acontece é para o nosso crescimento, e se uma coisa não deu certo hoje, paciência...
A dança não está aqui para nos frustrar... Muito pelo contrário! Tudo que tem um lado ruim, também possui seu lado bom... Cabe a nós escolhermos qual seguir!


DVNF: E conquistas? Fale-nos sobre elas.
NP: Primeiramente ter vindo me especializar em Araraquara já considero uma conquista. Vir parar em outro estado me fez crescer bastante, tanto na dança quanto como pessoa.
Em 2011 participei do meu primeiro concurso, o Solo Amador do Mercado Persa, ganhando em primeiro lugar. Foi uma experiência maravilhosa, extremamente emocionante! Até hoje, quando assisto ao vídeo, é como se eu vivenciasse aquilo tudo de novo.
Em Janeiro deste ano, tirei a minha carteira profissional DRT a qual me permite dar aulas profissionalmente, abrindo um leque maior de oportunidades.
Tenho pouco tempo de dança, portanto não tive tantas conquistas, mas as poucas que tive foram bastante significativas e espero continuar tendo muitas e muitas outras pela frente!


DVNF: Percebi em sua aula que você realiza um trabalho no sentido de desenvolver um ambiente harmônico e de possibilitar que as pessoas se sintam bem e felizes, que possam exercitar o amor! Como é o desenvolvimento desse trabalho e como você percebe a influência disso na vida e na dança de suas alunas?
NP: A dança tem como prioridade nos fazer sentir bem e felizes! A intenção é formar um ambiente harmonioso entre as alunas, evitando que o ego tome conta. Quando estamos conectadas com o nosso feminino interior, nos amamos e nos aceitamos como nós somos, deixamos os julgamentos de lado, e passamos a enxergar o lado positivo das pessoas e das situações, sem ego, sem comparações. Uma sala de aula em que as alunas estão em sintonia e harmonia umas com as outras rende mais! Elas prestam mais atenção no seu próprio movimento e procuram se aperfeiçoar ao invés de se comparar com as outras colegas. Cada corpo é diferente, cada uma tem seu tempo e sua dificuldade!
Sempre ao final de cada aula procuro passar uma mensagem ou passar algum exercício que envolva compaixão e amorosidade. As pessoas precisam disso, de amor!
A dança delas fica mais pura, mais leve... Montar coreografias fica mais fácil, porque elas estão em sintonia, elas se sentem melhor em relação a elas mesmas, mais seguras. É muito gostoso ver o brilho nos olhos delas quando termina a aula, uma sensação de dever cumprido!
Nós professoras devemos sempre pensar que estamos ali para sermos um canal de alegria para as meninas, faze-las se sentir bem é o objetivo! Portanto, todas as preocupações, todos os medos, todas as cargas do dia-a-dia devem ser deixados da porta para fora! Nossa vida pessoal jamais deve ser jogada nas costas de nossas alunas!


DVNF: Como é a sua expressão por meio da dança?
NP: Acredito que quando dançamos nos transformamos em um canal, nos conectando a cada pessoa que está na plateia, portanto tentar transmitir amor e alegria é o que procuro. Costumo imaginar que das minhas mãos posso liberar energia, e esta passa para todas as pessoas que estiverem ali sintonizadas.
É preciso ter força interior e sentimento! Acho que essa é a etapa mais importante, e talvez a mais difícil de concluir. Uma dança para ser completa deve ser 50% técnica apurada e 50% sentimento e contato bailarina x música. Uma dança sem sentimento fica oca, e vira um corpo se movimentando simplesmente, sem expressão corporal!
É importante falar com o corpo! Tentar mostrar através dos movimentos o que a música está tentando passar. Cantar, sentir, emocionar e tocar com o próprio corpo, como se música e bailarina fossem um só!


DVNF: Você conseguiu desenvolver, em relativamente pouco tempo, uma dança muito bonita, criativa e expressiva que vem se destacando em nosso meio! O que você considera que tenha sido seu diferencial nesse processo?
NP: Estar no momento certo com as pessoas certas! Pessoas que puderam me mostrar o que eu tenho de melhor, e me lapidar da forma mais refinada possível!
Não posso dizer que é um mérito somente meu, procuro sempre me aperfeiçoar, é claro... Até hoje! Mas todas as pessoas que passaram por mim nessa jornada colaboraram para o meu crescimento, tanto profissional como pessoal também!
Acredito que ter aprendido que a dança não é só uma porção de movimentos bonitos, não é só um corpo balançando, e sim uma mistura de vários sentimentos também acrescentou bastante! E os ensinamentos que aprendi sobre amor-próprio e feminilidade deram um certo toque especial. Na verdade todas as mulheres têm isso dentro delas, é só se deixar levar!
Saber escutar as críticas construtivas, e utilizá-las de forma que irão nos favorecer. Dedicação acho que é a palavra certa para um bom desenvolvimento... E nunca acreditar que já se sabe tudo! A dança é uma busca constante, que está sempre em transformação, ninguém é perfeito, e ninguém sabe tudo... Entender isso é se soltar do ego, e sempre se melhorar cada vez mais!
Todas podem conseguir, todas podem ser o que quiserem ser... Basta lutar por isso!


DVNF: Quais as dicas você daria para aquelas que desejam se profissionalizar em dança? O que é importante buscar?
NP: Ter uma boa professora e um bom direcionamento é fundamental! A professora é quem dá o caminho e a direção! Normalmente nos espelhamos nelas e seguimos seus exemplos, portanto é sempre bom ter do lado alguém que te passe coisas boas e te incentive ao máximo. Também diria que estudem... Estudem bastante! Corram atrás de aulas, workshops, cursos, buscando cada vez mais um pouquinho aqui e ali e formando sua bagagem aos poucos. Mas não se esqueçam de agregar sentimento em tudo o que fizerem.
Também é extremamente importante saber ser profissional! E saber ser profissional não é só na hora da apresentação, em relação á técnica, roupa, maquiagem... Ser profissional quando não se está em cena é fugir de fofocas, saber o momento certo de falar e o que falar. Ser profissional é ter ética e não criticar outras bailarinas, por mais que suas opiniões sobre tal não sejam as melhores, às vezes é melhor guardar para si mesma. Ser profissional é saber tratar bem as pessoas, e de preferência igualmente, principalmente suas alunas e as pessoas que te tem como ídolo. Tenham em mente que a partir do momento em que sua dança se torna reconhecida e apreciada, você vira um exemplo! E as pessoas passam a te ter como um espelho! A maneira em que você age fora do palco é a que importa para ser uma profissional de verdade!


DVNF: Falando agora sobre o palco, como você se prepara para uma apresentação?
NP: Um bom alongamento para aquecer é muito importante para a preparação física em si! Mas além da preparação física, é crucial que nos preparemos psicologicamente! Existem pessoas que sentem uma ansiedade e um medo muito forte antes de entrar para dançar. Às vezes nos preocupamos muito com o que as pessoas vão achar da nossa interpretação, dos nossos movimentos, e esquecemos que o mais importante ali é se conectar! O medo impede que nos conectemos verdadeiramente com a música! Costumo respirar fundo antes de entrar, e prestar atenção no meu corpo, meus batimentos cardíacos, me sentir mulher, e repetir mentalmente que eu sou linda, é bom para a nossa auto-estima... Ouvir a música algumas vezes antes, e escutar o que ela quer me dizer, como eu poderia interpreta-la emocionalmente! Esquecer as critica é um bom começo. Quando dançamos, compartilhamos nossos sentimentos e nossa energia com as pessoas na plateia, estamos ali para semear o amor e passar felicidade, não medo e insegurança! Procuro pensar que estou representando todas as mulheres do mundo naquele momento, e que eu sou luz!
Uma dica: curtam sua dança, acima de tudo!


DVNF: Conte-nos sobre um momento inesquecível. Qual foi a sua melhor experiência?
NP: Cada dança é inesquecível! Sempre tendo sua história para contar.
Porém teve um momento que marcou a minha trajetória na dança: quando fiz o meu primeiro solo! Eu tinha 3 meses de dança, sem técnica nenhuma e era muito tímida. Naquele ano era aniversário de 40 anos da minha mãe e meu pai queria fazer uma surpresa pra ela. Desde quando comecei a dançar, a família inteira ficou envolvida pela paixão à cultura e dança árabes, por conta disso ele me pediu para fazer uma apresentação em homenagem a minha mãe. Pedi ajuda para minha professora montar uma coreografia bem bonita e fiquei algumas semanas ensaiando todos os dias.
Na festa tive que me esconder para trocar de roupa sem que a minha mãe pudesse ver e, justo nessa hora, ela resolveu me procurar! Perguntou a todos os meus amigos, familiares, conhecidos, ficou desesperada! Então meu pai pegou o microfone e a chamou, dizendo que tinha uma surpresa muito especial enquanto soltava a música. Esse foi o momento mágico em que todos se emocionaram, inclusive eu. Por mais que não tenha sido a dança tecnicamente perfeita, foi um compartilhamento de energia muito forte, tinha um significado muito forte! Com certeza um momento que irá ficar guardado para sempre na minha memória!


DVNF: Você trabalha somente com dança?
NP: Bem, estou cursando faculdade de Fisioterapia, me formo no final do ano que vem. Acho que toda professora deve ter pelo menos uma noção básica de anatomia humana, para tomar certos cuidados e não prejudicar a saúde de suas alunas. Ainda não trabalho com Fisioterapia, nem pretendo ter essa profissão como principal na minha vida. A faculdade seria mais para um complemento de informações que possa me ajudar nas aulas e nas preparações antes de uma apresentação! Pretendo trabalhar só com a dança sim, tendo a Fisioterapia como um diferencial.

DVNF: Quais seus projetos para o futuro?
NP: Não costumo criar muitas expectativas para o futuro, embora tenha o sonho de montar minha própria escola na cidade onde morava (Vila Velha –ES) para que eu possa compartilhar de todo esse conhecimento que estou tendo a oportunidade de adquirir. Ter a oportunidade de passar adiante a verdadeira essência da dança do ventre, resgatando a feminilidade e a auto-estima da mulher. Tenho muitas idéias para concretizar, porém ainda estou no momento do aprendizado focando no presente, mas futuramente pretendo colocar todos os meus objetivos em prática!

DVNF: Deixe um recado para os leitores do blog.
NP: Primeiramente quero agradecer a todas as pessoas que leram essa entrevista, e dizer que todas vocês, que procuram se profissionalizar, ou até mesmo que usam a dança como um hobby, que vocês podem conseguir! Nunca desistam de ser mulheres, nunca desistam de fazer o que faz vocês felizes, e nunca se esqueçam do quanto vocês são lindas!
Obrigada pela atenção, obrigada pelo carinho, obrigada pelo incentivo, por tudo!
Beijos no coração de cada um!


Por Ju Najlah

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3 comentários:

  1. Nathy, Parabens! Como sempre vc dando um show! Linda a entrevista! sucesso 10000...! Vcs moram no meu coração! Beijos Linda!

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  2. Linda entrevista. Sua jornada eu acompanhei ouvindo sua mãe, que é uma pessoa maravilhosa. Você dispensa elogios... é perfeita no que faz!
    O sucesso só tende a ser cada vez maior.
    Parabéns, Natália!
    Beijos.
    Angelo Pessoa

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  3. Sentimos falta da sua presença na Tenda Cultural 2012. Vimos que a sua arte inspirou outras meninas que buscaram a dança do ventre e a seguiram... então ficamos felizes novamente.
    Parabéns pelo sucesso! Você é um ser especial, lindíssimo! Sempre que lembro de você sinto paz e orgulho de te conhecer. Você merece VOAR. Que Deus lhe dê asas...
    Beijos.
    Allessandro Concencio

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