"Todas
morremos e vivemos pela dança"
Nascida com
o nome Abla (bint) Muhammad Karim, Taheya Karioca(Ismaïlia, 1915 - Caïro, 1999)
deixou sua família em Ismália após uma discussão com seu pai, Mohamed
Karim, quando contava de apenas 12 anos de idade e
pegou o trem para o Cairo. Aos 31 anos já era considerada uma lenda da
Dança Oriental. Herdou de seu pai o amor pela arte e os muitos casamentos. Seu
pai casou-se 7 vezes e mais tarde Taheya dobrou esse número!
Ela dançou
na maioria dos estados árabes e fez várias participações em filmes egípcios,
com famosas estrelas do cinema árabe, tais como o cantor e compositor Mohamed
Ahdelwahab e Farid Al Atrache. Lançou sua carreira cinematográfica em 1935,
tendo sido "La Femme et le Pantin" o seu primeiro filme. Fez mais de
120 filmes no decorrer de sua vida. Participou também de peças de teatro e de
novelas. O cinema e televisão fizeram de Taheya uma pessoa bem conhecida pelos
árabes.
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Rara foto de Taheyya dançando com espada. |
A concorrência no Badia's Cabaret era dura, especialmente contra Samia Gamal
que também dançou lá no início de sua carreira.
A performance de Taheya era, normalmente, de 20 a 25 minutos, no máximo. Mas sua fama cresceu rapidamente entre 1930 e 1940, de tal forma que o Rei do Egito, Farouk, convidou-a para dançar em seu aniversário. Seu estilo era totalmente diferente do de Samia.
A performance de Taheya era, normalmente, de 20 a 25 minutos, no máximo. Mas sua fama cresceu rapidamente entre 1930 e 1940, de tal forma que o Rei do Egito, Farouk, convidou-a para dançar em seu aniversário. Seu estilo era totalmente diferente do de Samia.
Taheya era
uma mulher muito forte e determinada mas com uma dança delicada. Possui uma
técnica bastante sofisticada. Essas características fizeram o seu sucesso no
difícil mundo da dança do ventre, àquela época no Cairo. Ela era, sem dúvida, uma
das melhores bailarinas do Egito. Sua dança era fluida, com emendas perfeitas
que dificultam saber onde começa e termina determinada sequência. Possuía uma
postura de braços delicada e expressiva. Utilizava pouco espaço para executar
seus movimentos, mas sem perder a dinâmica da dança. Sua expressão era meiga,
sempre com um sorriso nos lábios. Ninguém conseguiu alcançar sua
virtuosidade, seu jogo de palavras, gestos e seu jeito irônico de flertar. Extremamente audaz, recusou-se a dançar para o
ditador turco Kamal Ataturk, o qual proibiu de entrar na
Turquia, também recusou-se a dançar para Nazli, rei do Egito.
Longe dos
palcos, a bailarina estava a frente de seu tempo, era ativista política e se
envolveu em diversas causas, o que custou, inclusive, a sua liberdade,
tendo sido presa durante a guerra, quando exerceu um importante papel -
foi responsável por grandes ajudas e donativos.
Taheya Karioca
foi casada 14 vezes. À lista dos seus homens estão incluídos o renomado ator
Rushdi Abaza, o cantor Muharram Fuad e, assim como Samia Gamal, ela também foi
casada com um americano convertido ao Islã. O casamento não durou por muito
tempo. Em 1963, abandonou a dança e montou um grupo de teatro. Sua
primeira peça foi sobre a lendária bailarina Shafiqa La Copta, que é
reconhecida como primeira bailarina de dança do Ventre a se apresentar em
público, em Paris, em 1917. Mais tarde, nos anos 70, ela retornou ao islamismo
ortodoxo.
Taheya
tornou-se um ídolo para russos, americanos, alemães, ucranianos, italianos, armênios,
holandeses e franceses. Todos ficaram atraídos pela sua inigualável mestria. Taheya
Karioca provou ser uma fonte de inspiração para uma geração inteira de novas
bailarinas.
Faleceu em 20 de setembro de 1999 com a idade de 79, de um ataque cardíaco. Diziam que ela tinha metade de sua inteligência nos pés e a outra metade na cintura.
Faleceu em 20 de setembro de 1999 com a idade de 79, de um ataque cardíaco. Diziam que ela tinha metade de sua inteligência nos pés e a outra metade na cintura.
Por Ju Najlah
Fontes:
MAHAILA, Brysa. Por que amar Taheyya
Karioca, in Shimmie, a sua revista de
Dança do Ventre, ano 2, nº8
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