Nasceu em 1940 no Cairo. Seu pai, Hassan Fahmy, professor de
engenharia industrial na Universidade do Cairo, era um homem excepcionalmente
tolerante, que juntamente com sua esposa, estimulava as tendências artísticas e
atividades esportivas de suas filhas. Resistiu às críticas dos anciãos da
família e dos círculos acadêmicos quando permitiu que Farida se tonasse
bailarina profissional. Assim, ele desempenhou um papel importante na
legitimação da situação de dança profissional em um momento em que era
considerada uma profissão de má reputação. O incentivo moral da dança de
sua filha legitimou sua carreira de bailarina aos olhos dos egípcios e continua
sendo, até hoje, um feito extraordinário. Sem dúvida, a sua personalidade
carismática, sua posição social, bem como seus pontos de vista tolerantes
exerceram uma profunda influência sobre a percepção do público deste esforço.
É um ícone da dança e cinema egípcios. Foi cofundadora e
bailarina principal do Grupo Reda por 25 anos. Uma das responsáveis por elevar
a dança teatral egípcia a altos padrões de arte. Com seu estilo único, graça e elegância inspirou
gerações de bailarinos e ganhou a admiração de seu público, no Egito e no
exterior. Sua dedicação, trabalho duro, disciplina e compromisso com o grupo criou
um modelo que foi imitado por gerações de dançarinos.
Juntamente com seu cunhado Mahmoud Reda e o Grupo Reda, ela
realizou muitas viagens, atuando em mais de 60 países e participou de festivais
internacionais de dança, nos quais a trupe ganhou vários prêmios. Ela dançou
para os chefes de estados em diversos espetáculos culturais no Egito e no
exterior. O grupo Reda representou a arte, cultura e a dança teatral egípcios -
o primeiro de seu gênero a expressar a dança teatral egípcia a nível mundial e
para muitas audiências internacionais.
Em 1967 Farida foi condecorada pelo presidente Gamal Abdel
Nasser com a Ordem das Artes e Ciências pelos serviços prestados ao estado, em
1956, pelo rei Hussein, da Jordânia com a Estrela da Jordânia, e em 1973 pelo
presidente Bourguiba da Tunísia. Ela estrelou uma série de filmes egípcios,
assim como em dois grandes musicais, dirigidos por seu falecido marido Ali
Reda, estrelado por Mahmoud Reda e O Grupo Reda.
Farida continuou a perseguir a sua educação enquanto trabalhava
no Grupo Reda. Ela recebeu seu Bacharel em Artes em Inglês e Literatura na
Universidade do Cairo, em 1967, e seu título de Mestre em Artes em Etnologia de
Dança pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Seu status social e sua
carreira artística, juntamente com suas realizações acadêmicas, reforçou ainda
mais a visão positiva em relação à dança feminina na época.
Farida Fahmy começou a dar aulas e workshops a partir de
2000, viajando extensivamente pela Europa, Estados Unidos e América do Sul. Seu
objetivo principal é ensinar os estudantes a essência desse gênero de dança, e
ter um conhecimento mais profundo das diferentes qualidades de movimento. Ela
enfatiza a necessidade de aumentar a consciência cinestésica para que o
bailarino possa desenvolver a própria dança a partir de suas experiências físicas
e emocionais.
Para estudar, observe a fluidez de sua dança, com
deslocamentos que proporcionam emendas perfeitas dos passos. Possui técnica
impecável e muita graciosidade, o que faz de seu estilo único.
Texto traduzido do site: http://www.faridafahmy.com/about.html,
com pequena inserção de texto de entrevista disponível em: http://www.casbahdance.org/RedaInterview.htm
Para complementar os estudo leia também sobre a história de Mahmoud Reda e da Trupe: http://dancadoventre-estudos.blogspot.com.br/2012/02/exemplar-historia-de-mahmoud-reda-e-sua.html